segunda-feira, 25 de abril de 2011

IMPLANTAÇÃO DE UM HERBÁRIO MEDICINAL


IMPLANTAÇÃO DE UM HERBÁRIO MEDICINAL

Introdução:
Ao implantar-se um herbário medicinal deve-se ter em mente a finalidade deste, a qual será produzir espécies medicinais que serão usadas como medicamentos ou temperos. Para tanto devemos respeitar a energia natural do local e nos harmonizarmos com o ambiente da melhor forma. Ao entrarmos em sintonia com o local pedimos permissão e inspiração aos seres da natureza. Pode-se fazer uma oração de agradecimento. Assim teremos auxílio e o trabalho se torna mais fácil. Mantemos os pensamentos elevados e atitudes amorosas com as plantas as pessoas e o ambiente, com isso a permissão estará concedida. Não será usado nenhum produto químico para manter a energia pura.

Escolha do local:
Este será de acordo com as condições existentes no terreno. A montagem do herbário será como se estivéssemos montando uma horta. Os canteiros ou ninhos individuais devem estar dispostos em função da inclinação do terreno, seguindo a orientação das curvas de nível para permitir a conservação do solo e evitar que a enxurrada lave a terra fértil. Se for possível escolheremos um local com meia sombra cercado com árvores frutíferas criando uma combinação perfeita.

A forma do herbário:
Para definirmos a forma, podemos visualizar o local disponível e imaginarmos qual seria o desenho que melhor se encaixa para fazermos o herbário. Os canteiros podem ter formas de mandalas, espiral, círculos, retângulos, e diversas outras formas que se puder visualizar. As formas geométricas permitem que o herbário assuma uma energia natural que depois será irradiada para as plantas e pessoas, devido a sua disposição e beleza.

A montagem do herbário:
Após escolhido o local e definida a forma geométrica podemos começar a montar o herbário. Primeiro precisamos limpar o local, recolher todos os tipos de lixo existentes, plásticos, metais e outros. As ferramentas que vamos usar são: enxada, enxadão, pá, pazinha, rastelo, carrinho de mão, regador ou aspersor e algumas outras ferramentas. Em seguida vamos realizar a capina, respeitando plantas existentes que podem ser utilizadas e que tem algum interesse medicinal. Capinamos somente a área que vai ser usada e respeita-se a vegetação vizinha. As árvores maiores que 1 metro de altura podem ser deixadas para compor o herbário. Após a limpeza vamos montar os canteiros de acordo com a figura geométrica que escolhemos. Estes devem ser cavados fundo, em torno de 30 a 50 cm, com largura de 1 metro aproximadamente. Os caminhos devem ter 50 cm para permitir a circulação de pessoas.
A adubação pode ser feita com esterco de gado curtido, composto, húmus de minhocas, terra do mato, podem ser acrescentados calcário, cinzas, cal, etc. Cada um deve ser colocado separadamente e revolvido com a terra. Normalmente as terras estão fracas e desvitalizadas e a adubação vai garantir uma boa produção, principalmente das plantas que são mais exigentes. Após montados os canteiros, faz-se a cobertura com mulche, folhas ou palha seca, para manter o terreno protegido do sol e chuva e garantir a umidade e ainda manter a micro vida do solo. Os caminhos também podem receber coberturas. Em uma etapa posterior poderá ser plantado grama nos caminhos.
Em lugar de canteiros podem ser feitos ninhos individuais para cada tipo de planta, podem ser redondos com 50 cm a 1 metro de diâmetro. Vários ninhos compõem um desenho geométrico. As pedras podem ser retiradas ou poderão compor o paisagismo criando-se esculturas ou ainda bordaduras de caminhos e canteiros, pode-se fazer o piso de pedras no centro, acrescentando-se cristais e outras pedras preciosas. As bordas poderão ser feitas com pedras, plantas, madeiras ou outro material que proteja o canteiro de desabar. Deve permitir a fácil limpeza e colheita de plantas.
Após a montagem vamos realizar a irrigação com regador, mangueira, aspersor ou com a chuva. Evitar deixar o terreno encharcado e a água escorrendo com os nutrientes.

Plantio das ervas:
Quando todas as etapas anteriores estiverem prontas, o herbário já estará pronto para receber as mudinhas e sementes de plantas medicinais escolhidas para compor os canteiros. Preferencialmente o plantio deve ser feito no inicio do período das chuvas ou na primavera, pois favorece a pega das plantas e o sol e mais ameno. As mudas devem estar preparadas anteriormente em um viveiro de mudas. Pode ser compradas ou produzidas. Outras podem ser retiradas diretamente de canteiros de ervas e transplantadas para o herbário. O plantio sempre será feito no período da tarde, se possível em dias chuvosos e em fase de lua minguante. Pode-se manter uma comunicação com a planta, chamar pelo nome, usar cristais para auxiliar a pega.
Deve-se tentar sempre reproduzir as condições ideais que a planta melhor se adapta, pode ser sol pleno, meia sombra, sol da manhã, etc. Usa-se o cultivo por extratos para criar os micro-climas que vão compor o herbário. Combinam-se plantas companheiras, plantas altas como árvores, arvoretas, arbustos, ervas. As plantas maiores por fora e as menores por dentro, as maiores protegem as menores. Usamos fruteira de pequeno porte para compor um paisagismo como por exemplo: bananeiras, mamoeiros, amoras, pitangas, acerolas etc. Utilizamos também flores diversas para colorir e embelezar, e ainda podem ser cultivadas diversas verduras, criando um jardim natural de ervas, flores, frutos e verduras.

Colheita e secagem das ervas medicinais:
As ervas vão ser colhidas para serem usadas em preparações medicinais, com finalidade terapêutica ou para degustação em forma de chás. A colheita sempre será realizada quando a planta estiver madura ou adulta. Muitas plantas precisam ser coletadas pois depois do auge da floração tendem a perder o vigor e enfraquecer outras são plantas daninhas e morrem no período da seca. Portanto só estarão disponíveis se estiverem secas e acondicionadas.
As raízes são colhidas de preferência na lua minguante de dias secos, quando os princípios estão nas raizes, devem ser lavadas em água corrente, com escova e levadas ao sol para secar nas peneiras.
Para colher as flores, realiza-se sempre com o máximos de flores abertas, de preferência na lua crescente ou cheia, quando os princípios ativos estão nas flores, colhem-se no período da manhã em dias secos. As flores são secadas na sombra, com luz indireta.
As folhas são coletadas após a secagem do orvalho da manhã ou da chuva. Para colheita das folhas será realizada sempre antes da floração. Devem ser acondicionadas em sacos e levadas para a sala de secagem, retiram-se as partes sujas e com insetos ou secas. Retiram-se também os galhos grossos. Separam-se partes de outras plantas para que sejam secadas separadamente. Colocam-se em peneiras ou caixotes de tela ou outras embalagens que permitam a circulação de ar e que possa ser revolvido diariamente. As folhas não podem ser colocadas para secar ao sol, pois perdem os compostos ativos.
Após a secagem identifica-se o ponto em que as folhas ou flores estão bem desidratadas, é quando estão crocantes. Neste ponto podem-se acondicionar em sacos plásticos, vidros ou latas, que impedem a entrada de umidade e luz. Para conseguir o ponto ideal de secagem podem-se levar as folhas ao sol, no final da secagem e então vão ser acondicionadas. Existe a opção de secadores ou estufas que facilitam e permitem rapidez na secagem. Após desidratadas devem ser identificadas com nome e data de colheita, podem ser guardadas por até 1 ano de validade. Evitar guardar as ervas em sacos de papel, pois permitem a entrada de umidade e favorecem o bolor.
Autor:Wellington Lee Schetinger
Farmacêutico e Acupunturista
www.pirenopolisnatural.com.br

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